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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Urupês

Urupês é uma coletânea de contos e crônicas do escritor brasileiro Monteiro Lobato, considerada sua obra-prima e publicada originalmente em 1918. Inaugura na literatura brasileira um regionalismo crítico e mais realista do que o praticado anteriormente, durante o romantismo. A crônica que dá título ao livro traz uma visão depreciativa do caboclo brasileiro, estereótipo contrário à visão romântica dos autores modernistas.

Os contos do livro são:
Os faroleiros
O engraçado arrependido
A colcha de retalhos
A vingança da peroba
Um suplício moderno
Meu conto de Maupassant
"Pollice Verso"
Bucólica
O mata-pau
Bocatorta
O comprador de fazendas
O estigma
Velha Praga
Urupês


Monteiro Lobato escreve com um tom moralizante e didático que também aparece nas obras infantis, além do apreço pela linguagem e gramática. 

Dentre seus personagens, Monteiro Lobato apresenta o homem como produto do meio, como por exemplo o caboclo Jeca Tatu.

Tipos oportunistas, como o malandro vigarista, estão presentes em Urupês, por isso é preciso compreender muito bem o contexto histórico-social brasileiro do período, pois o autor está intimamente relacionado a ele. 

Suas descrições minuciosas de um Brasil primitivo, arborizado e provinciano fazem o leitor ser transportado para o período em que a história é narrada.

O autor, preocupado em reproduzir nos textos a riqueza da fala brasileira da zona rural, com seus coloquialismos e neologismos tipicamente orais, tem no recurso da oralidade a maior ousadia, pois nessa época o uso do português coloquial em obras era visto como algo “inferior” e sem valor literário. Pode-se dizer, então, que a obra antecede as convenções estilísticas propostas pelos modernistas da Semana de 22.

Em ''Velha Praga'' originalmente um artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, passsa a ser publicado como parte da obra, uma vez que daí que vem a inspiração para o livro. Nesse texto, o autor denuncia as queimadas praticadas pelos caboclos nômades na Serra da Mantiqueira e os problemas por elas causados. Ao mesmo tempo, mostra o descaso em que essas pessoas vivem.


Jeca Tatu é o representante máximo do caboclo que vive na preguiça, alimentando-se e daquilo que a natureza lhe oferece, sem nenhum tipo de educação e alheio a tudo o que acontece pelo mundo. Sertanejo preguiçoso, cachaceiro e analfabeto, representa a ignorância do homem do campo...



É a denúncia do descaso do governo com relação às pessoas da zona rural uma vez que, segundo Monteiro Lobato, “Jeca Tatu não é assim, ele está assim”. 

Lobato faz críticas às práticas devastadoras da natureza (queimada, derrubada de árvores, desmatamento) e culpa o homem rural por não ter consciência da preservação da natureza.


Apresenta, nesta obra, um estilo cheio de afeições amorosas e pela presença da morte.

Vejamos um exemplo no conto ''Bucólica'' – ele era um amante da natureza, gostava das flores... Era sensível. Ficou sabendo que a Anica tinha morrido, perguntava do quê, mas ninguém sabia responder. Tinha morrido. Só isso podiam e sabiam dizer. Finalmente encontrou Inácia, uma agregada da casa dos Suãs – família da menina – essa saberia do que a menina tinha morrido. A negra contou. A menina tinha morrido de sede! Era aleijada, estava doente e então Inácia foi ao bairro do Libório, mas começou a chover e ela ficou presa por lá. À noite, Anica pediu água para a mãe, mas ela não buscou e a pobre, já sofrendo na cama, ficou a gemer com sede. Encontraram o corpo dela na cozinha, aos pés do pote de água. Não conseguiu nem alcançar o pote, a caneca estava como antes, toda a cozinha estava como antes, exceto pelo corpo da aleijada que se arrastou até lá para morrer de sede tão perto da água.

O termo urupês tem sua origem no termo tupi-guarani uru-pê, forma abreviada de urupeba, fungo “orelha-de-pau” que cresce na madeira velha ou apodrecida.


Clique aqui para ver filme de Mazzaropi inspirado no personagem de Monteiro Lobato


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Exposição de Antonio Dias e Roesler Hotel #26: Spectres com curadoria de Matthieu Poirier

Antonio DiasDe 02/04 a 03/05/2014

O artista produz trabalhos de pintura, instalação, fotografia, vídeo, e muitos outros...
A justaposição de telas de diferentes dimensões, mescladas com técnicas de pintura que exprimem a plasticidade dos materiais, e os processos físico-químicos, revelam as reações entre os elementos minerais com os pigmentos das tintas.


O artista paraibano, que nasceu em 1944, começou seu envolvimento com a arte ao se mudar para o Rio de Janeiro, no fim da década de 1950, quando teve aulas de gravura com Oswaldo Goeldi (1895-1961).
Vive e trabalha entre Rio de Janeiro e Milão. Participou da Bienal de São Paulo nas edições de 1981, 1994, 1998 e 2010.


Possui obras em museus internacionais como: Museum of Modern Art, Nova Iorque, EUA; Ludwig Museum, Colônia, Alemanha; Daros Collection, Zurique, Suiça; Stadtische Galerie im Lenbachhaus, Munique, Alemanha; Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina; Fondazione Marconi, MIlão, Itália; e Centro Studi e Archivio della Communicazione, Università de Parma, Itália.


Roesler Hotel 26# Spectres com curadoria de Matthieu Poirier 
02.04 > 05.07.2014

Fugacidade da Luz, do projeto de exposições da Galeria Nara Roesler, Roesler Hotel, que está em sua vigésima sexta edição, e que convida os principais curadores do Brasil e do mundo, conta com o historiador da arte Matthieu Poirier, para a exposição Spectres (Espectros), trazendo cerca de 20 trabalhos de artistas como James Turrell e Julio Le Parc.



Poirier, co-curador da mostra Dynamo, do Grand Palais, reúne na mostra esculturas, instalações, pinturas e fotografias abstratas, que utilizam o recurso da luz, reforçando sua fugacidade pelo aparecimento e o desaparecimento. A oscilação do claro e do escuro, e a projeção das sombras, é o que confere às obras, de vários períodos e correntes artísticas, uma aura espectral e fantasmagórica.


Além de Turrell e Le Parc, Dan Flavin, Ann Veronica Janssens, Larry Bell e Hiroshi Sugimoto estão entre os artistas selecionados pelo curador, cuja pesquisa sobre a utilização da luz na arte e sua influência sobre os sentidos lhe rendeu participações em exposições de larga escala, como Dynamo – Un siècle de lumière et de mouvement 1913-2013 (Grand Palais, 2013), em que atuou como co-curador, sob o comando de Serge Lemoine; e a individual de Julio Le Parc, Soleil froid (Palais de Tokyo, 2013), como conselheiro científico. Ambas foram realizadas no ano passado em Paris. 


Dan Flavin (EUA) traz para o espaço a criação de "situações", com a redefinição arquitetônica por meio de luz e cor.

James Turrell (EUA) tem representada na mostra sua investigação sobre os limites sensoriais no uso da luz com obras cujos volumes se produzem por nuances luminosas monocromáticas.


A relatividade das cores com relação à posição do espectador é explorada pela britânica radicada em Bruxelas Ann Veronica Janssens na obra Blue, red and yellow (2001). Em grandes dimensões, essa instalação assume cada uma das cores do título conforme é vista de diferentes ângulos. Completam a lista de artistas Bettina SamsonWilliam KleinPierre HuygheGarry Fabian MillerIsabelle CornaroBlair Thurman e os irmãos Florian & Michael Quistrebert.


Com a ampliação da Galeria Nara Roesler em 2012, o projeto Roesler Hotel começou uma nova fase, tornando-se um programa paralelo ao da Galeria, para provocar novos modos de pensar e produzir, articulando a rede de artistas, galerias e curadores.

Galeria Nara Roesler
Avenida Europa, 655
01449-001
(11) 3063 2344
(11) 3088 0593
info@nararoesler.com.br
segunda a sexta das 10h - 19h
sábados 11h - 15h

segunda-feira, 31 de março de 2014

Helen Keller - Uma história de superação

Helen Adams Keller nasceu na cidade de Tuscumbia, no estado do Alabama em 27 de junho de 1880 e viveu até 1 de junho de 1968. 
Foi uma escritora, conferencista e ativista social estadunidense.


Ela provou que pessoas deficientes também podem alcançar o sucesso. Ela foi a primeira pessoa surda e cega a obter uma graduação de bacharel em artes.


Helen Keller ficou cega e surda, pois quando era bebê teve uma uma doença diagnosticada na época como "febre cerebral" (hoje acredita-se que tenha sido escarlatina). 

Ela era capaz de se comunicar, de certa forma com Martha Washington, filha da cozinheira da família, de 6 anos anos de idade, que entendia seus sinais. Aos 7 anos, Keller tinha mais de 60 sinais para se comunicar com sua família. 

Em 1886, a mãe de Keller, inspirada por um conto de Charles Dickens, American Notes, sobre a história do sucesso educacional de outra mulher surda e cega, enviou a jovem Helen, acompanhada de seu pai, para acharem uma solução. Foi então que conheceram Alexander Graham Bell, que estava trabalhando com crianças surdas. Após aconselhamentos de Bell, acabaram por conhecer a professora que iria revolucionar sua vida para sempre!



Era o começo de uma relação de 49 anos, nos quais Anne Sullivan, Johanna Mansfield Sullivan Macyn, auxiliou Keller e eventualmente a acompanhou.

Com a ajuda de sua professora, Anne Sullivan, saiu de seu isolamento imposto pela total falta de linguagem, florescendo à medida que aprendia a se comunicar. Chegando a se tormar a Célebre escritora, filósofa e conferencista, famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas portadoras de deficiência.

A história das duas é contada na peça The Miracle Worker, de William Gibson, que virou o filme O Milagre de Anne Sullivan, em 1962, dirigido por Arthur Penn (em Portugal, O Milagre de Helen Keller)...

Anne Sullivan era de Massachusetts. Filha de fazendeiros imigrantes irlandeses Thomas Sullivan e Alice Cloesy.
Ela tinha um irmão chamado Jimmie, que contraiu tuberculose.
Dois anos depois, sua mãe morreu e seu pai abandonou ela e seu irmão em um orfanato, onde o menino morreu em pouco tempo.



Anne foi vítima da pobreza e de abuso físico do seu pai alcoólatra e aos cinco anos ela contraiu tracoma, que quase a levou a cegueira, mas depois de nove operações, recuperou alguns graus da visão.


Clique aqui para assistir trecho do filme ''O Milagre de Anne Sullivan'' de 1962