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terça-feira, 23 de setembro de 2014

O universo literário africano de língua portuguesa.

Por mais que a África careça de literatura escrita, existe um vastíssimo e rico universo de tradição oral, que ainda hoje é pouco explorado pelo mundo.
Conseguimos obter uma visão crítica sobre questões como geografia, história, cultura, política e sociedade do continente africano, devido suas relações com suas respectivas metrópoles, a luta pela liberdade de por seu território expressas em seus poemas e obras.
Iremos então, analisar agora um poema de António Silva Graça, que nasceu em Moçambique em 1937 e foi para Lisboa aos dezoito anos ingressar na Faculdade de Medicina.


Nos anos sessenta participou, no movimento associativo. Concluída a licenciatura viu-se impossibilitado de seguir a carreira hospitalar ou universitária por razões políticas.

GRAÇA, António Silva. Invenção da sombra. Lisboa: Relógio D ́Água Editores, 1989. 60 p. Col. A.M.
INVENÇÃO NA SOMBRA
Como posso definir-te? A
 Uma luz lógica B
transforma o teu limiie A
numa fronteira inútil. C
Só uma ciência incerta  B
é capaz de descobrir-te. A
De morder o teu perfil. C
De possuir-te inteira. B
O rigor desta ciência B
enche-me de conceitos. D
De preconceitos cegos. D
Ao tocar-te, perco-te. A
Depois, invento-te na sombra. B

Este poema foi escrito em versos livres e sem rimas, com o uso de metáforas, hipérboles, e sinestesias... e fala da impossibilidade de se delimitar o que não se sabe ao certo que é; alguém ou algo, mas que é inegavelmente do interesse do eu-lírico.
Os trechos que denunciam isso são: 
‘’Como posso definir-te?’’ 
‘’Só uma ciência incerta é capaz de descobrir-te.’’ 
‘’Ao tocar-te, perco-te.
Depois, invento-te na sombra.’’
Não nos são claros os elementos da cultura africana de língua portuguesa no poema, contudo ao que tudo indica, o mesmo pode referir-se à liberdade, tema corriqueiro entre a tradição oral destes países afro-lusófonos.
A tradição oral africana em língua portuguesa também é amplamente difundida no Brasil, uma vez que aqui tivemos muitos negros vindos como escravos e que nos passaram isso.

Um dos artistas que nos recontam essas estórias e cultura é Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) que foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro, que compunha inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano, e tinha portanto, forte influência da cultura negra, o que ocorre com todo brasileiro que nasceu ou morou na Bahia.
Alguns títulos exprimem muito bem isso, como ‘’O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena’’, entre outros...
é dengo, é dengo, é dengo, meu bem 
É dengo que nega tem 
Tem dengo no remelexo, meu bem
Tem dengo no falar também

Quando se diz que no falar tem dengo
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Quando se diz que no andar tem dengo
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Quando se diz que no sorrir tem dengo
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Quando se diz que no sambar tem dengo
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem

É dengo, é dengo, é dengo, meu bem
É dengo que nega tem
Tem dengo no remelexo, meu bem
Tem dengo no falar também

Quando se diz que no bulir tem dengo
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Quando se diz que no cantar tem dengo
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem
Quando se diz que no olhar tem dengo
Tem dengo, tem dengo, tem dengo tem

É no mexido, é no descanso, é no balanço
É no jeitinho requebrado que essa nega tem
Que todo mundo fica enfeitiçado
E atrás do dengo dessa nega todo mundo vem
E atrás do dengo dessa nega todo mundo vem

A mãe, dona de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava no lar. Portanto nada melhor que ele para nos transmitir um pouco mais desta cultura extraordinária e pouco explorada e valorizada.

Com base no material estudado acima, montei uma sequência didática com ferramenta de efetivação da Lei nº 10.639/03, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

Assunto – Literatura Africana

Tempo necessário: Aproximadamente 4 aulas 
A literatura deve ser ensinada desde as séries iniciais, para que o aluno entenda os elementos socioculturais de cada país.
Material - Diferentes tipos de textos pertinentes à série,.
Escolher em qual aspecto da literatura (cultural, poética, prosa, informativa) o aluno focará a atenção.
Lousa, giz, papéis, canetas, etc...
O que importa é apresentar questões pertinentes nas situações didáticas, fazendo com que a turma reflita e avance.
Objetivos
Com esta atividade o aluno deve ser capaz de:
1 Construir um comportamento crítico em relação a seu próprio texto e ao dos outros; 
2 Desenvolver a capacidade de argumentação; 
3 Desenvolver o interesse em colaborar com a causa 
Organização e atividade da sala
Em pequenos grupos - duplas ou trios - para realização da atividade de escrita.
É pedido aos alunos para marcar as partes que julgarem mais importantes para a questão. 
Socialize para todos os grupos as diversas possibilidades apresentadas 
Avaliação
Durante o desenvolvimento da atividade, é possível avaliar como o aluno:
Utiliza seus conhecimentos de produção escrita, os conhecimentos que constrói a
respeito da literatura/leitura, especificamente.
 Usa seus conhecimentos diante do texto para analisá-lo a fim de atribuir 
significado a ele.
Como argumenta para defender o seu ponto de vista.
Como colabora com o grupo 
Aprofundamento do conteúdo

Seriam aplicados exercícios de fixação, como resenhas ou questionários.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Exposição 10 x 1 na Galeria Virgilio - De 02 a 26 de agosto de 2014

A Galeria Virgílio recebe a exposição 10 x 1, com obras de dez coletivos de arte da cidade de São Paulo entre 2000 e 2014. 


Com organização dos artistas Tulio Tavares e Daniel Lima, a exposição 10 x 1 tem a participação dos coletivos Frente 3 de Fevereiro, Bijari, Casadalapa, Projeto Matilha, COBAIA, EIA, Esqueleto Coletivo, Nova Pasta, Ocupeacidade e Tralha.



A exposição 10 x 1 expõe trabalhos recentes e obras produzidas no início da década, que são referência  não só de arte, mas também de ativismo. 


Obras como a sequência de bandeiras da Frente 3 de Fevereiro e seu questionamento sobre o racismo no futebol e na sociedade.


O Caveirão da Nova Pasta, criado este ano, participante de intervenções em protestos e situações de contestação, durante a Copa do Mundo no Brasil.


A principal característica da exposição é o entrelaçamento das obras de uma geração de artistas e coletivos de arte que viveram e criaram juntos uma trajetória semelhante no cenário da vida pública nas metrópoles brasileiras. 


Desta forma, reúnem-se trabalhos relevantes dessa geração do início do século XXI, cujas obras tiveram como palco, a rua, por meio da intervenção urbana.








De 02 a 26 de agosto de 2014
Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426
Pinheiros
(11) 2373-2999 / 3062-8237
De segunda a sexta, das 11 às 19h
Sábados, das 11 às 17h
Entrada franca e livre


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Someone Like You - Sarah Dessen

Li o livro ''Someone Like You'', de Sarah Dessen, que foi presente de minha colega de sala Marcinha Souza da turma de Letras da faculdade Uniesp. Na verdade este é o primeiro livro de muitos que ganhei da Marcia.


O livro conta a estória de Halley e Scarlett que têm sido melhores amigas desde que se conheceram. Halley sempre foi a mais quieta, Scarlett corajosa e mais estrovertida. Halley sempre recorreu à Scarlett quando as coisas se tornavam difíceis, e Scarlett sempre sabia o que fazer.

É a combinação perfeita. Mas tudo muda no começo do 3º ano do ensino médio. O namorado de Scarlett é morto num acidente de motocicleta; então Scarllet descobre que está grávida dele.

Pela primeira vez, Scarlett realmente precisa de Halley. Agora Halley tem que aprender como ser forte para Scarlett. Isso não será fácil, mas Halley sabe que ela não pode deixar Scarlett na mão. Porque um amigo verdadeiro é uma promessa de ser para sempre. 

''Someone Like You'' é o segundo livro de Sarah Dessen escrito em 1998. Sarah é uma das mais populares autoras de livros para jovens adultos. Cinco de seus livros foram selecionados como melhores livros para jovens adultos da Associação Americana de Literatura (ALA) e ''Truth About Forever'' foi votado como os Top Ten Livros Adolescentes na YALSA Serviços de Associação de Literatura Juvenil.


Sarah Dessen foi eleita como autora best seller no New York Times, e mora em Chapel Hill, na Carolina do Norte, Estados Unidos.

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