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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Salomão Schvartzman e o Diário da Manhã

Salomão Schvartzman nasceu em Niterói em 1936 e é um cultuado jornalista brasileiro.


Teve início de sua carreira como repórter no jornal O Globo, no Rio de Janeiro. Também trabalhou na rádio Globo, e teve como um de seus trabalhos mais notáveis, a cobertura do julgamento do nazista Adolph Eichman em 1961.

Depois, trabalhou na revista Manchete, e foi chefe de sua filial de São Paulo. 

Foi âncora do programa Frente a Frente da TV Manchete durante onze anos. Apresentava, na mesma emissora, os programas Momento Econômico e o musical Clássicos em Manchete. 

Ganhou Menção Honrosa do Prêmio Esso de Jornalismo, com a matéria "Doca Doca : Por que mataria a mulher que amava?" (sobre o caso Ângela Diniz, socialite assassinada em 1976), publicada na revista Manchete.

Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1983.

No ano 2000, com o fim da Rede Manchete, foi para a Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura e pelas rádios Cultura AM e FM.

Na rádio Cultura FM, apresentou durante sete anos o programa "Diário da Manhã''.

Após isso foi para a televisão com o programa "Salomão dois pontos" no canal BandNews.

Em outubro de 2013, voltou a apresentar o Diário da Manhã na rádio Cultura FM, além de continuar com seus programas nas rádios Band News FM e Bandeirantes e no canal de TV Band News.


Ao longo de sua carreira, sempre finaliza seus programas com a bordão: "Seja feliz".

Rádio Cultura FM 103.3 MHZ

Diário da Manhã 

Mescla notícias, informação, entrevistas, opinião e o melhor da música clássica, de segunda a sexta, às 8h.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

As fontes do Latim vulgar e da língua românica.

O Latim vulgar era a fala dos plebeus da Roma antiga. Foi dele que se originaram várias línguas românicas, inclusive a Língua Portuguesa.

A sociedade de Roma antiga dividia-se entre patrícios, que detinham o poder e os privilégios socias; e os plebeus basicamente existiam para servir os primeiros, destituídos de direitos.

Os patrícios eram educados com linguagem culta e refinada.
As chamadas línguas românicas, também conhecidas como línguas latinas ou línguas neolatinas são o vasto conjunto de línguas indo-europeias que se originaram da evolução do latim, principalmente do latim vulgar.



As línguas românicas vem do popular dialeto falado pelos soldados, colonos e mercadores do Império Romano.

Após a queda do Império Rmano, variedades do latim começaram a surgir em diferentes locais onde onde a língua era falada. Os impérios ultramarinos de Portugal, Espanha e França do século XV em diante, espalharam as suas respectivas línguas por outros continentes, fazendo com que a maioria dos falantes de línguas românicas vivam hoje fora da Europa.

Apesar das influências das línguas dos invasores bárbaros, a estrutura das línguas românicas são uma evolução do latim vulgar. E têm estrutura de frase SVO (Substantivo - Verbo - Objeto) fazendo amplo uso de preposições.

Atualmente, essas línguas são representadas pelos idiomas mais falados no mundo, como o português, o espanhol (também conhecido como castelhano), o italiano, o francês e o romeno. Há, também, uma grande quantidade de idiomas usados por grupos minoritários, os dialetos como o catalão, o galego, o napolitano, etc...

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Urupês

Urupês é uma coletânea de contos e crônicas do escritor brasileiro Monteiro Lobato, considerada sua obra-prima e publicada originalmente em 1918. Inaugura na literatura brasileira um regionalismo crítico e mais realista do que o praticado anteriormente, durante o romantismo. A crônica que dá título ao livro traz uma visão depreciativa do caboclo brasileiro, estereótipo contrário à visão romântica dos autores modernistas.

Os contos do livro são:
Os faroleiros
O engraçado arrependido
A colcha de retalhos
A vingança da peroba
Um suplício moderno
Meu conto de Maupassant
"Pollice Verso"
Bucólica
O mata-pau
Bocatorta
O comprador de fazendas
O estigma
Velha Praga
Urupês


Monteiro Lobato escreve com um tom moralizante e didático que também aparece nas obras infantis, além do apreço pela linguagem e gramática. 

Dentre seus personagens, Monteiro Lobato apresenta o homem como produto do meio, como por exemplo o caboclo Jeca Tatu.

Tipos oportunistas, como o malandro vigarista, estão presentes em Urupês, por isso é preciso compreender muito bem o contexto histórico-social brasileiro do período, pois o autor está intimamente relacionado a ele. 

Suas descrições minuciosas de um Brasil primitivo, arborizado e provinciano fazem o leitor ser transportado para o período em que a história é narrada.

O autor, preocupado em reproduzir nos textos a riqueza da fala brasileira da zona rural, com seus coloquialismos e neologismos tipicamente orais, tem no recurso da oralidade a maior ousadia, pois nessa época o uso do português coloquial em obras era visto como algo “inferior” e sem valor literário. Pode-se dizer, então, que a obra antecede as convenções estilísticas propostas pelos modernistas da Semana de 22.

Em ''Velha Praga'' originalmente um artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, passsa a ser publicado como parte da obra, uma vez que daí que vem a inspiração para o livro. Nesse texto, o autor denuncia as queimadas praticadas pelos caboclos nômades na Serra da Mantiqueira e os problemas por elas causados. Ao mesmo tempo, mostra o descaso em que essas pessoas vivem.


Jeca Tatu é o representante máximo do caboclo que vive na preguiça, alimentando-se e daquilo que a natureza lhe oferece, sem nenhum tipo de educação e alheio a tudo o que acontece pelo mundo. Sertanejo preguiçoso, cachaceiro e analfabeto, representa a ignorância do homem do campo...



É a denúncia do descaso do governo com relação às pessoas da zona rural uma vez que, segundo Monteiro Lobato, “Jeca Tatu não é assim, ele está assim”. 

Lobato faz críticas às práticas devastadoras da natureza (queimada, derrubada de árvores, desmatamento) e culpa o homem rural por não ter consciência da preservação da natureza.


Apresenta, nesta obra, um estilo cheio de afeições amorosas e pela presença da morte.

Vejamos um exemplo no conto ''Bucólica'' – ele era um amante da natureza, gostava das flores... Era sensível. Ficou sabendo que a Anica tinha morrido, perguntava do quê, mas ninguém sabia responder. Tinha morrido. Só isso podiam e sabiam dizer. Finalmente encontrou Inácia, uma agregada da casa dos Suãs – família da menina – essa saberia do que a menina tinha morrido. A negra contou. A menina tinha morrido de sede! Era aleijada, estava doente e então Inácia foi ao bairro do Libório, mas começou a chover e ela ficou presa por lá. À noite, Anica pediu água para a mãe, mas ela não buscou e a pobre, já sofrendo na cama, ficou a gemer com sede. Encontraram o corpo dela na cozinha, aos pés do pote de água. Não conseguiu nem alcançar o pote, a caneca estava como antes, toda a cozinha estava como antes, exceto pelo corpo da aleijada que se arrastou até lá para morrer de sede tão perto da água.

O termo urupês tem sua origem no termo tupi-guarani uru-pê, forma abreviada de urupeba, fungo “orelha-de-pau” que cresce na madeira velha ou apodrecida.


Clique aqui para ver filme de Mazzaropi inspirado no personagem de Monteiro Lobato