Augusto dos Anjos (Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos) nasceu em Cruz do Espírito Santo, na Paraíba, no dia 20 de abril de 1884 e morreu em Leopoldina, Minas Gerais, no dia 12 de novembro de 1914, e foi um poeta parnasiano brasileiro, identificado muitas vezes como pré-modernista, tendo em vista as inumeráveis características expressionistas encontradas em seus poemas.
Foi alfabetizado pelo pai e já compôs os primeiros versos aos sete anos de idade. Também estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Compôs os primeiros versos aos sete anos de idade. Formou-se em Direito na Faculdade de Direito do Recife em 1907.
Viveu rápido e morreu jovem, assim como muitos de sua época. Cheio de conceitos filosóficos e altos ideais.
Verdadeiramente um artista, por recitar seus poemas no quintal de casa, fazendo com que achassem que era louco, e contrapor com maestria os ideais iluministas de certos materialistas que imodestamente endeusavam-se, usando a Bíblia.
Sua linguagem: orgânica, cientificista, agressiva e realista, mas sempre com ritmados jogos de palavras, idéias, e rimas geniais, escandalizava e causava repulsa nos intelectuais e no grande público da época.
Na sua obra, a constatação da miséria da natureza humana: espírito e corpo, da matéria; as virtudes sociais humanas, a moral cristã, a política, a cultura, a economia, a saúde, a sociologia, a antropologia e a ética, são questionadas, à luz das teorias científicas vigentes.
Augusto dos Anjos publicou vários poemas em jornais, sendo o primeiro, ''Saudade'', em 1900. Em 1912, publicou seu único livro de poemas, entitulado ''Eu''.
Foi publicada uma edição póstuma de suas obras chamada ''Eu e Outras Poesias'', incluindo poemas até então não publicados pelo autor.
AGONIA DE UM FILÓSOFO
Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto Rig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo... O Inconsciente me assombra e eu nele rolo Com a eólica fúria do harmatã inquieto! Assisto agora à morte de um inseto...! Ah! todos os fenômenos do solo Parecem realizar de pólo a pólo O ideal de Anaximandro de Mileto! No hierático areópago* heterogêneo Das idéias, percorro como um gênio Desde a alma de Haeckel à alma cenobial!... Rasgo dos mundos o velário espesso; E em tudo, igual a Goethe, reconheço O império da substância universal! |
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