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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Fogo Morto



Fogo Morto é uma das mais importantes obras da 2ª fase do modernisno brasileiro. Do autor José Lins do Rego, o livro ilustra com uma linguagem muito forte e poética a decadência dos engenhos de cana-de-açúcar.

Foi publicado em 1943, constitui uma obra de literatura regionalista, de caráter neo-realista.
O romance é narrado em terceira pessoa, e é dividido em três partes. Cada parte conta com seu próprio protagonista, como se fossem três histórias distintas.

Analisado pelo professor universitário, crítico e historiador de literatura brasileira, membro da Academia Brasileira de Letras, Alfredo Bosi, conforme atesta Bosi como: "expressões maduras dos conflitos humanos de um Nordeste decadente".

Os personagens principais são:

Mestre José Amaro
Coronel Lula de Holanda
Capitão Vitorino (que é considerado o personagem mais bem construído da literatura brasileira)

Cada um dos personagens principais representa, na verdade, uma classe social da população nordestina.
Estes personagens estão envolvidos no cenário da miséria, das doenças, e por um um tipo de política coronelista e retrógrada.
A Narrativa é quase inteiramente ambientada no Engenho Santa Fé.

O termo que dá título ao romance se dá pois o coronel Lula de Holanda, um orgulhoso dono de um  engenho que recebera de herança e que não o consegue fazer prosperar, gasta todo o dinheiro que lhe restou, mas leva o engenho ''a fogo morto'' (propriedade que não produz mais).



José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em Pilar, na Paraíba em 3 de junho de 1901 e morreu no Rio de Janeiro em 12 de setembro de 1957, e foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Jorge Amado, figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional. Segundo Otto Maria Carpeaux, José Lins era "o último dos contadores de histórias." Seu romance de estreia, Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica.

O estilo de José Lins é despojado e sem artifícios literários. Instintivo e espontâneo,  ele mesmo chegava a apontar que suas fontes de arte narrativa estavam nas ruas: "Quando imagino nos meus romances tomo sempre como modo de orientação o dizer das coisas como elas surgem na memória, com os jeitos e as maneiras simples dos cegos poetas."

Apesar desta simplicidade linguística com que escreve, ele descreve com muita técnica os estados psicológicos de seus personagens, seguindo a linha inaugurada por Proust. 

A obra de José Lins caracteriza-se majoritariamente pelo extraordinário poder de descrição. Reproduz no texto a linguagem do simples, da bagaceira, do nordestino, tornando-o no mais legítimo representante da literatura regional.

A segunda fase modernista foi rica na produção poética e, também, na prosa. O universo temático amplia-se com a preocupação dos artistas com o destino do Homem e no estar-no-mundo e ao contrário da sua antecessora, foi construtiva.

A prosa, por sua vez, alargava a sua área de interesse ao incluir preocupações novas de ordem política, social, econômica, humana e espiritual.

A consciência crítica estava presente, e mais do que tudo, os escritores da segunda geração consolidaram em suas obras questões sociais bastante graves: a desigualdade social, a vida cruel dos retirantes, os resquícios de escravidão, o coronelismo, apoiado na posse das terras - todos problemas sociopolíticos que se sobreporiam ao lado pitoresco das várias regiões retratadas.

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