A internet está mudando a maneira como lemos e escrevemos, pois hoje, com quase 40 milhões de usuários de internet só no Brasil, podemos afirmar que e-mails, blogs e redes de relacionamento já deixaram sua marca na produção textual contemporânea.
Para o escritor Michel Laub, autor dos romances O Gato Diz Adeus e Longe da Água (ambos pela Cia. das Letras), ''a internet tornou os textos mais naturais e coloquiais, embora não seja a única responsável por essas mudanças.
- O texto da internet é um texto em geral mais coloquial, menos "literário", no sentido de ser mediado por truques de estilo. A internet não inventou a coloquialidade, mas fez com que ela passasse a soar mais natural para muito mais gente e, estatisticamente ao menos, virou um certo padrão'' - afirma.
Superficialidade
Obviamente existe um fator negativo, pois a internet tende a dificultar nossa concentração em textos de fôlego como romances, por exemplo.
É como se essa geração que já nasceu imersa na tecnologia possuísse uma carência de informações, mesmo sempre conectada. Pois muitas vezes falta a capacidade de se aprofundar mais no que lêem.
Não falta informação para os jovens, mas muitas vezes falta a capacidade de processar e refletir sobre tudo o que lêem.
Por outro lado, se antes o ato de ler era algo distante, a internet acabou com isso, o que é muito positivo.
Mais leitores
Não por acaso, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro na última década, o Brasil saltou de 26 para 66,5 milhões de leitores no que diz respeito a livros impressos. É um aumento mais que considerável!
A internet não deve ser vista como algo negativo, pois amplia nossas possibilidades de leitura. É claro que é preciso um olhar crítico, e este é o papel do educador, o de orientar a busca, seleção e gerenciamento das informações que estão disponíveis na rede.
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