A peça estreou na Broadway em dezembro de 1947, e ficou em cartaz até dezembro de 1949, no Ethel Barrymore Theatre.
Foi dirigida por Elia Kazan e estrelou Marlon Brando, Jessica Tandy, Kim Hunter, e Karl Malden.
Houve uma produção que estreou em Londres em 1949, e estrelavam Bonar Colleano, Vivien Leigh, e Renee Asherson, dirigida por Laurence Olivier.
Houve várias adaptações da peça, sendo a mais conhecida a de 1951, que foi adaptada para filme, sob a direção de Elia Kazan, recebendo vários prêmios, inclusive o Oscar de melhor atriz para Vivien Leigh, no papel de Blanche.
Algumas adaptações criativas posteriores incluem uma ópera em 1995, com música de André Previn, a qual foi apresentada no San Francisco Opera.
A obra conta a estória de dois personagens que são destaque na peça, tornando-se, na cultura popular, ícones representativos do conflito: Blanche DuBois, uma nostágica reminiscente da cultura sulista, e Stanley Kowalski, um representante da classe operária.
A peça apresenta Blanche DuBois, uma decadente beleza sulista com pretensões de virtude e cultura que, através da fantasia, busca encobrir, para si mesma e para os outros, a realidade. Disfarça suas desilusões através da idéia de se mostrar – e se acreditar – ainda atraente e com possibilidade de novas conquistas amorosas.
Blanche chega ao apartamento de sua irmã Stella Kowalski, no Faubourg Marigny, de Nova Orleans, sobre a Elysian Fields Avenue, e um dos transportes que utiliza para chegar é um bonde chamado "Desire". O ambiente urbano é um choque para Blanche, em virtude da nostálgica evocação de sua propriedade sulista, "Belle Reve", em Laurel, Mississippi, que havia sido perdida, segundo ela, por intrigas de seus ancestrais.
Blanche culpa continuamente o nervosismo como fator de seu afastamento do trabalho como professora de inglês, quando na verdade a causa foi o relacionamento com um estudante de 17 anos, o que a levou a fugir de Laurel. Um breve casamento desfeito pela descoberta da homossexualidade do marido Allan Grey e seu consequente suicídio lançaram Blanche para dentro de um mundo de fantasias e ilusões misturadas à sua realidade.
Em contraste com o retraimento e respeito de Stella e o pretensioso refinamento de Blanche, está Stanley Kowalski, que representa o poder da natureza bruta: primal, rude e sensual. Ele domina Stella em todas as suas attitudes, e é física e emocionalmente abusivo. Stella tolera seu comportamento como parte de sua atração; seu amor e relacionamento são baseados no poder animalesco e química sexual, algo que Blanche considera impossível entender.
A chegada de Blanche perturba o sistema de mútua dependência entre Stella e Stanley. Com a presença do amigo de Stanley, que se torna pretendente de Blanche, Harold Mitchell, o conflito se agrava. Stanley descobre o passado de Blanche, a ameaça e, num confronto final – Williams alude ao fato, mas não o afirma diretamente –, a violenta, resultando na crise nervosa de Blanche. Stella a encaminha para uma instituição de tratamento mental e, no momento final, ela se dirige ao médico que a levará: "Whoever you are, I have always depended on the kindness of strangers…" ("Seja você quem for, eu sempre dependi da bondade de estranhos…")
A obra trás uma reflexão sobre a velha América e a nova América, sob a presença de imigrantes. Blanche é pobre e Stanley, um polonês imigrante, é poderoso e confiante.
Há um constante conflito entre a realidade e a fantasia. Blanche, em determinada cena, diz: "I don't want realism, I want magic" ("Eu não quero realismo, eu quero magia").
A obra trás uma reflexão sobre a velha América e a nova América, sob a presença de imigrantes. Blanche é pobre e Stanley, um polonês imigrante, é poderoso e confiante.
Há um constante conflito entre a realidade e a fantasia. Blanche, em determinada cena, diz: "I don't want realism, I want magic" ("Eu não quero realismo, eu quero magia").
Esse tema recorrente é muito forte na caracterização que Williams faz de Blanche DuBois e o sentido figurado que ela emprega em sua idealização e busca pela magia: um papel quebra-luz a envolver a berrante claridade da lâmpada no living; seu insistente e repetitivo relato dos últimos anos em Belle Reve; a miscelânea de cartas para Shep Huntleigh; e uma pronunciada tendência ao consumo de álcool.
De acordo com alguns críticos, "Blanche spins a cocoon linguistically for protection" ("Blanche engendra um casulo linguístico para sua proteção"). Blanche cria seu mundo de fantasias com as características do meio que conhece, tais como ser donzela, beleza sulista ou professora de escola. Ela utiliza seus relatos para criar uma fachada sob a qual se esconde, conciliando seus segredos numa tentativa de voltar à glória do passado, e ilustrando sua inabilidade para transmitir aos outros seu senso de normalidade.
Notavelmente, a decepção de Blanche com relação aos outros e a si mesma, não é caracterizada por malícia, mas prefere demonstrar sua desilusão através do "coração partido" e tristeza, remetendo a um tempo romântico e feliz antes do "decepção" que marcou sua vida.
O contraste entre Blanche e Stanley pode ser entendido como reflexo da oposição: a falsa, ilusória e decepcionada mulher, versus o rude, brutal e animalesco marido de sua irmã, a realidade em sua presença física.
Abandono dos códigos cavalheirescos
Nos contos de fada, a princesa aflita ou a donzela em apuros é frequentemente resgatada pelo príncipe heróico e forte. Em ''Um Bonde Chamado Desejo'' a ausência do homem másculo com qualidades heróicas é a característica. Na verdade, o opositor ao cavalheiresco herói pode ser representado pela principal figura masculina da peça, Stanley Kowalski.
Notavelmente, a decepção de Blanche com relação aos outros e a si mesma, não é caracterizada por malícia, mas prefere demonstrar sua desilusão através do "coração partido" e tristeza, remetendo a um tempo romântico e feliz antes do "decepção" que marcou sua vida.
O contraste entre Blanche e Stanley pode ser entendido como reflexo da oposição: a falsa, ilusória e decepcionada mulher, versus o rude, brutal e animalesco marido de sua irmã, a realidade em sua presença física.
Abandono dos códigos cavalheirescos
Nos contos de fada, a princesa aflita ou a donzela em apuros é frequentemente resgatada pelo príncipe heróico e forte. Em ''Um Bonde Chamado Desejo'' a ausência do homem másculo com qualidades heróicas é a característica. Na verdade, o opositor ao cavalheiresco herói pode ser representado pela principal figura masculina da peça, Stanley Kowalski.
Stanley é descrito por Blanche como um "sobrevivente da idade da pedra", com maneiras incivilizadas, comportamento violent, ausência de empatia, e atitudes chauvinistas mediante as mulheres. Da mesma forma, Mitch é socialmente desastrado, e apesar de cavalheiro, é estúpido.
Há a possibilidade da personagem de Blanche ter se baseado na história da irmã de Tennessee, Rose Williams, que tinha problemas mentais e foi submetida a uma lobotomia.
Tennessee Williams na verdade é pseudônimo de Thomas Lanier Williams III (Columbus - Mississipi, 26 de março de 1911 — Nova Iorque, 25 de fevereiro de 1983) que foi um dramaturgo estadunidense, ganhador de muitos prêmios.
Há a possibilidade da personagem de Blanche ter se baseado na história da irmã de Tennessee, Rose Williams, que tinha problemas mentais e foi submetida a uma lobotomia.
Tennessee Williams na verdade é pseudônimo de Thomas Lanier Williams III (Columbus - Mississipi, 26 de março de 1911 — Nova Iorque, 25 de fevereiro de 1983) que foi um dramaturgo estadunidense, ganhador de muitos prêmios.
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