A frase escolhida pela organização é uma resposta à perseguição dos conservadores e, ao mesmo tempo, convoca a comunidade a se manter firme e esclarecida no combate à discriminação. Além da Parada, o tema norteia todas as atividades do Mês do Orgulho LGBT, que ocorre entre maio e junho deste ano.
Segundo o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), Fernando Quaresma, o tema fala ao Poder Legislativo que o movimento não aceita mais ter seus direitos negociados ou barrados por pressão de fundamentalistas. “Antes não incomodávamos tanto esses setores, pois vivíamos na invisibilidade do gueto. A partir do momento em que a gente sai do armário e começa a reivindicar igualdade, eles passam a nos perseguir e a tentar barrar as nossas conquistas. Isso a gente não vai admitir”, diz o ativista.
Quaresma ainda cita como exemplo a discussão no Congresso em torno da “cura gay”, proposta de lei do deputado evangélico João Campos (PSDB-GO). “É inconcebível que a Câmara se utilize de conceitos subjetivos, como a religião, para questionar o parecer do Conselho Federal de Psicologia, que proíbe os profissionais de tratarem a homossexualidade como uma patologia. Essa é uma conquista nossa e não vamos permitir essa politicagem”.
O tema da 17ª Parada também manda um recado para os próprios LGBT. “Apesar de termos garantido alguns avanços, ainda há muito trabalho pela frente. A militância está dispersa e é preciso engajamento, principalmente da juventude, para que nossa isonomia seja de fato alcançada. Não podemos abaixar a cabeça, pois essa guerra nunca está vencida”, completa Quaresma.
A diretoria da APOGLBT ressalta que objetivo da expressão “Para o armário, nunca mais!” não é incitar que as pessoas assumam sua homossexualidade publicamente, pois essa é uma iniciativa pessoal e cada indivíduo deve ter a sabedoria de tomar a decisão no momento mais oportuno. Deve ser compreendida como uma palavra de ordem, para que não haja recuo diante das ameaças dos conservadores.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assinou a portaria que garante a realização atividade na Avenida Paulista, com todo apoio logístico e de infraestrutura do Município. O 17º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo está previsto para iniciar no dia 3 de maio. Além da Parada e do Prêmio, a programação oficial conta o Ciclo de Leituras Dramáticas, o Ciclo de Debates, a Feira Cultural LGBT e o Gay Day.
13ª Feira Cultural LGBT
No dia 30 de maio (quinta-feira), o Vale do Anhagabaú recebe a 13ª Feira Cultural LGBT, que faz parte da programação do Mês do Orgulho LGBT. Nos dois dias, o evento terá diversas apresentações culturais. Michelly Summer, Gretta Starr, Léo Áquilla, Valenttini e Silvetty Montilla comandam as apresentações do evento.
No palco, são apresentadas gratuitamente atrações musicais, esquetes teatrais, performances, shows de drag queens e demais artistas da cena LGBT, além de DJs que se revezam nas pick-ups ao longo das 12 horas de duração. Também fazem parte da feira a Ação de Cidadania, o Gay Fashion e a Corrida da Diversidade.
Tendas especiais oferecem oficinas culturais, de saúde, segurança, cidadania e direitos, ministradas por especialistas em cada assunto. Outras 70 tendas ocupam o Vale para a venda ou amostragem de produtos dos mais variados segmentos, como moda, assessórios, calçados, perfumes, artes plásticas, decoração, literatura, música, vídeo, artigos esotéricos, entre outros, todos tematizados com os símbolos do Orgulho LGBT.
A feira conta também com uma praça de alimentação e um setor específico para divulgação dos trabalhos de organizações não governamentais (ONGs) e demais entidades que apoiam causas sociais.
A estrutura da 13ª Feira Cultural LGBT é formada por 200 voluntários, 300 seguranças, 70 tendas comerciais, 800 banheiros químicos, 1 palco (20m²), 5 telões de alta definição, 1000 policiais e bombeiros e 700 prestadores de serviços.
Das 10h às 22h.
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