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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Novo Acordo Ortográfico: Uso do Hífen

Com o Novo Acordo Ortográfico, algumas das regras do uso do hífen foram alteradas, gerando muitas dúvidas.

Então, resolvi descrever aqui, as novas regras do uso do hífen, para que possamos escrever corretamente.



1. Palavra iniciada com H (Utiliza)


Com prefixos (anti, co, mini, super, etc.), sempre se utiliza o hífen quando a segunda palavra/elemento for iniciado com H (hotel, herdeiro, herói, humano, etc.).

Veja alguns exemplos:

anti-higiênico

anti-herói

co-herdeiro

mini-hotel

sobre-humano

super-homem

Mas atenção! A exceção a essa regra é a palavra “subumano“, onde, na junção do “sub” + “humano”, a palavra humano perde o H.


2. Vogais diferentes (Não Utiliza)


Não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia a segunda palavra.

Um exemplo disso é a palavra aeroespacial, a qual é formada pela preposição “aero” (que termina com o) + “espacial” (que começa com e). Como a vogal que termina o prefixo (“o”) e que começa a palavra (“e”) são diferentes, não se utiliza o hífen.

Veja abaixo outros exemplos:

agroindustrial

antiaéreo

autoaprendizagem

autoestrada

coautor

infraestrutura

semiaberto

Mas atenção! O prefixo “CO” junta-se com a segunda palavra mesmo quando ela inicia com O. Exemplos: coordenar, cooperar, cooperação.


3. Consoante inicial R ou S (Não Utiliza)


Nos casos onde o prefixo termina com vogal e a segunda palavra/elemento começa com R ou S, essas letras são duplicadas e não se utiliza o hífen.

Por exemplo, a palavra antissocial é formada pelo prefixo “anti” e o elemento/palavra “social”, mas como o prefixo termina em vogal (“i”) e o segundo elemento começa com S, o S é duplicado, formando assim a palavra antiSSocial.

Mais alguns exemplos em que o R ou S são duplicados:

antirrábico

biorritmo

contrassenso

cosseno

microssistema

minissaia

semirreta

ultrassom


4. Consoante inicial diferente de R ou S (Não Utiliza)


Essa regra complementa a regra anterior. Quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com uma consoante diferente de R ou S, não se utiliza o hífen.

Um bom exemplo dessa regra é a palavra seminovo. Ela é formada pelo prefixo “semi” (que termina com I) + “novo” (que começa com N). Como o prefixo termina com vogal (“i”) e a consoante que começa a segunda palavra (“n”) não é R ou S, não se usa o hífen.

Veja outros exemplos:

antecâmara

autopeças

geopolítica

microcomputador

semicírculo

ultramoderno

Mas atenção! Com o prefixo “VICE“ sempre se utiliza o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante, vice-presidente, vice-governador.


5. Vogais iguais (Utiliza)


Outra regra que mostra quando se utiliza o hífen. Quando o prefixo termina com a mesma vogal com que a segunda palavra começa, sempre se utiliza o hífen.

Um exemplo dessa regra é a palavra anti-inflamatório. Perceba que o prefixo “anti” termina com a mesma vogal que a palavra “inflamatório” começa, ou seja, a vogal I. Quando isso acontece, sempre devemos utilizar o hífen.

Veja outros exemplos em que o hífen é utilizado:

anti-inflacionário

auto-observação

contra-ataque

micro-ondas

micro-ônibus

semi-interno


6. Consoantes iguais (Utiliza)


Quando o prefixo termina com consoante, se a segunda palavra começar com a mesma letra, utiliza-se o hífen.

Um bom exemplo dessa regra é a palavra inter-regional. No caso, o prefixo “inter” termina com R e a palavra “regional” também começa com R, formando a palavra “inteR-Regional”, por isso é obrigatória a utilização do hífen entre elas.

Veja mais exemplos dessa regra:

inter-racial

sub-bibliotecário

super-resistente

super-romântico

Lembre-se, nos demais casos, onde as consoantes não são iguais, não se utiliza o hífen. Exemplo: hipermercado, intermunicipal, superproteção, subsaariana.

Mas atenção! Essa regra possui algumas exceções:

No caso do prefixo SUB, usa-se o hífen também diante de palavras iniciadas com R. Exemplo: sub-região, sub-regimento, etc.

No caso dos prefixos CIRCUM e PAN, também utiliza-se o hífen se a segunda palavra começar com M, N ou VOGAL. Exemplo: circum-navegação, pan-americano, etc.


7. Consoante com vogal (Não Utiliza)


Essa regra fica quase que subentendida pelas outras regras, mas é sempre bom enfatizar. Quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com vogal, não se usa o hífen.

Por exemplo, a palavra hiperativo é formada pelo prefixo “hiper” (que termina com a consoante R) e a palavra “ativo” (que começa com a vogal A), por isso ela não recebe hífen.

Veja outros exemplos do uso dessa regra:

hiperacidez

interescolar

interestelar

superaquecimento

superexigente

superinteressante


8. Utilização obrigatória


Com o Novo Acordo Ortográfico tornou-se obrigatória a utilização do hífen após certos prefixos, sendo eles: ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró.

Ou seja, toda vez que você utilizar esses prefixos para formar uma palavra, você precisa usar o hífen.

Veja alguns exemplos com cada um desses prefixos:

ex-aluno, ex-presidiário, ex-presidente

sem-terra, sem-teto

além-mar, além-túmulo

aquém-mar

recém-casado, recém-nascido

pós-graduação, pós-doutorado

pré-vestibular, pré-adolescente

pró-europeu


9. Origem tupi-guarani (Utiliza)


No Novo Acordo Ortográfico foi determinado que quando forem utilizados os sufixos de origem tupi-guarani, açu, guaçu e mirim, é obrigatória a utilização do hífen.

Cabe ressaltar que essa regra diz respeito ao uso de SUFIXOS, ou seja, a parte utilizada no final da palavra. Exemplos de palavras formadas com esses sufixos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Encadeamentos vocálicos (Utiliza)

Essa regra é uma das poucas regras do Novo Acordo Ortográfico que não falam sobre a utilização de prefixos. Ela estabeleceu que deve-se utilizar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam para formar encadeamentos vocálicos.

Portanto, quando as palavras aglutinadas não formarem um vocábulo, ou seja, uma nova palavra, deve-se utilizar o hífen. 

Veja abaixo alguns exemplos:

Rio-Niterói

Rio-São Paulo

Sampa-Sul


11. Usualidade (Não Utiliza)


Algumas palavras anteriormente formadas pela junção de duas ou mais palavras ficaram tão comuns na língua portuguesa que o Novo Acordo Ortográfico definiu que elas não devem mais ser escritas com o hífen.

Ou seja, não se usa mais o hífen em palavras que perderam a noção de composição.

Veja alguns exemplos:

girassol

madressilva

mandachuva

paraquedas

paraquedista

pontapé


12 – Separação silábica (Utiliza)


Essa regra diz respeito à separação silábica dos textos manuscritos. Com o Novo Acordo Ortográfico ficou definido que, para ajudar na clareza gráfica dos textos, se no final da linha a separação de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.

Ou seja, quando você estiver escrevendo uma redação ou texto à mão, na hora de separar as sílabas de uma palavra porque ela não coube inteira no final da linha, se essa separação coincidir com o hífen, como quando utilizamos a ênclise (pronome colocado após o verbo: diz-se, fala-se, etc.), o hífen deve ser repetido no começo da próxima linha.

Veja o exemplo abaixo:

Na cidade contava–

–se que ele fugiu de casa.

O diretor recebeu os ex–

–alunos de braços abertos.


Acho que é isso! Espero ter ajudado!

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